Dourados (MS) – Foi realizado nesta segunda-feira (17), no anfiteatro do SESI de Dourados, a solenidade de abertura do 6º Curso de Especialização de Policiamento de Fronteira (CEPFRON), que está sendo promovido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), através do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). O objetivo é aplicar a visão operacional diferenciada do DOF, bem como rotinas e técnicas de identificação e repressão ao crime na fronteira.
Esse curso que é reconhecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) como a melhor especialização voltada para o policiamento em fronteiras do Brasil, conta com participação de representantes das instituições de segurança pública dos estados de Goiás, Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul, sendo que do Estado participam policiais efetivos do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), policiais dos diversos batalhões da Polícia Militar (PMMS), Policiais Civis, Policiais Rodoviários Federais, militares do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, além da participação inédita de um integrante do Ministério Público Estadual, promotor Elcio D’ Ângelo.
Durante a abertura oficial do curso o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, ministrou uma palestra que teve como principal assunto abordado a região de fronteira do Estado, que é composta por mais de 1.500 quilômetros de fronteiras, sendo 1.131 quilômetros com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia. “Mato Grosso do Sul está entre os estados da federação que mais apreende drogas, até o final do mês de setembro foram quase 217 toneladas”, frisou o secretário.
Outra questão também enfatizada pelo dirigente da pasta está relacionada ao sistema carcerário que possui 7.354 vagas, e atualmente conta 15.628 presos, desses 6.181 oriundos do tráfico de drogas. “Esses presos representam para o Governo do Estado um custo de mais de R$ 126 milhões anualmente, sem que a União destine qualquer recurso para essa atividade. Já o custo para o Governo Federal se esse preso estivesse em um presídio federal seria em média R$ 3,9 mil, o que significa R$ 289 milhões anualmente. Isso demonstra que aplicar recursos nas nossas fronteiras não é gasto, mas sim investimento”, pontuou.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, alguns instrumentos devem ser adotados para minimizar os custos e otimizar resultados na prevenção e repressão aos crimes fronteiriços, como o fortalecimento dos organismos policiais existentes com investimentos do Governo Federal; a integração entre os organismos estaduais e federais; a fomentação de tratados internacionais entre os países vizinhos e a constante participação das Forças Armadas nas ações de fronteira e o apoio às atividades de inteligência. “Precisamos proteger o nosso país, e isso pode começar pelas fronteiras”.
As atividades do CEPFRON que tiveram início hoje seguem até o final do mês de novembro. Ao todo serão 45 dias de instruções com mais de 300 horas de curso, sendo que no encerramento será cumprido um estágio prático na fronteira do Estado com a Bolívia e com o Paraguai, abrindo as operações de fim de ano do DOF.
“Serão 45 dias de aprendizado para todos, alunos e instrutores, e vislumbramos um dos melhores cursos já ministrados pelo DOF voltado para as instituições de segurança dos estados participantes. Esperamos que o conhecimento repassado, seja abundantemente absorvido por todos os alunos do curso”, concluiu o coronel Ary Carlos Barbosa, diretor do DOF e do 6º CEPFRON.
Participaram da solenidade de abertura do curso, além do secretário José Carlos Barbosa, o superintendente de Segurança Pública, coronel Deusdete de Oliveira, diretor da Associação dos Oficiais, Coronel Alírio Villasanti, comandante do Comando de Policiamento de Área 1, coronel Aroldo Estevan, delegado regional de Policia Civil, Lupércio Degerone, delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Organizados de Fronteira (DEFRON), João Alves, entre outras.
Por: Regiane Ribeiro